quarta-feira, 6 de junho de 2012
A ilusão das palavras...
Cada um diz o que quer. Chamem-lhe liberdade, eu prefiro chamar-lhe insanidade expressa em palavras. Não importa muito quem fala quando o conteúdo da conversa é realmente interessante e todos aqueles que ouvem as "balas disparadas" contra o seu cérebro assumem, no final, que aprenderam alguma coisa.
Para mim o mais importante em cada conversa é mesmo a mensagem passada. O que é que importa falar por falar? Hoje em dia já é tão raro encontrar alguém que nos acrescente alguma coisa que até uma conversa de café com o mais comum dos mortais se pode considerar "culta". Eu não quero isso para mim.
Enquanto uns tentam esconder por trás da expressão plástica de uns gritos e de um bracejar suberbo o vazio de conteúdo das suas capacidades, outros preferem remeter-se ao silêncio cheio de intenção. O que eu prefiro mesmo é dizer em boa verdade que não há fórmulas secretas para conquistar a atenção de ninguém pela ilusão das palavras.
Até os que que acreditam em Deus dizem, condenando as antíteses, que só acreditam no que veem. Outros cépticos, pelo contrário, assumem que quem conta um conto acrescenta um ponto. Tomam o peso ao poder das palavras em frases feitas. Loucos! As palavras não têm peso mas sim valor! Aquele valor que toca, que faz rir ou faz chorar, que anima ou entristece, que incentiva ou descrebiliza, que sabe bem ou sabe mal!
Não podemos sair para a rua a dizer tudo o que nos apetece. Nem os doentes mentais dizem tudo o que pensam sem o crivo da insanidade. Até eles julgam a lógica e a moldam ao seu discurso. Depois há aquelas palavras que nos ficam mal dizer. Aquelas que quando se juntam constroiem frases que fogem da verdade e contam mentiras para quem as quer ouvir. Mas dessas não devemos fugir. Essas,embora sejam balas também, são feitas de pó que quando disparadas se aparentam com uma qualquer bala mas que no seu caminho se vão desfazendo mostrando a todos que no fundo, nada mais são do que um pedido de atenção por parte de quem as dispara. Não as temam, mas também não se aproximem...ninguém gosta de ficar sujo de pó.
O dom da palavra é uma das mais poderosas armas para a qual não existe licença de porte. Todos a podem usar como querem. Alteram-se histórias, inventam-se poetas, amam-se vilões, desculpam-se ladrões...enfim, humilha-se a razão. Há muito que coloquei o meu cravo vermelho no cano desta espingarda que disparava balas. Hoje só escrevo: só lê quem quer, não procuro um ouvinte, todos desconfiam que eu posso não pensar assim mas ao menos passo a minha mensagem: escrevendo sei que vou continuar a falar sem nunca ser interrompido pelo disparar de outra bala, pela ilusão das palavras.
sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012
Triste sina...
Dentro de quatro paredes as dores parecem tão maiores. São amarguras do tempo. São doenças diárias que parecem não ter cura. São infernos que me fazem arder por dentro. São desencantos que amargam. São verdades absolutas.
Dentro deste quarto vivi tão pouco que ainda não o sinto como meu. A distancia da casa minha faz-se de um percurso tão longo que olhando para trás não consigo avistar a felicidade que todos os dias me enchia o lar.
Quando a dúvida de ser eu ou ser quem quero ser permanecer eu irei elouquecer. Não porque os loucos não sabem o que fazem mas sim porque fazem o que querem...sem pensar ou senti, apenas fazem! Não me perguntem como estou. Não me peçam para ter calma. Não me tentem ensinar a vida. Apenas me deixem assim: Aqui.
Não sigam as vozes brancas soltas que vos levam aos pesadelos de brancura em que os sorrisos são inventados e as tristezas são apagadas por uma borracha que não existe. Não deixem que as tristezas da alma vos levem a agir contra os vossos sonhos e as vossas metas.
Triste sina daqueles que dependem de outro para viver. Nunca serão felizes. Terão sempre uma peça em falta nesse puzzle que é a vida e quando pensarem que a encontraram, mais cedo ou mais tarde irão perceber que nem todas as peças se unem perfeitamente!
Só a saudade que resta do sentir das suas peles não chega para deitar a baixo a razão que teima em não aparecer. Neste jogo do toca e foge o primeiro a desistir é quem ganha. Imoral, triste, revoltado mas sensato, cuerente e decidido.
Triste sina a de quem tem de escolher entre magoar ou ser magoado...Triste sina!
Dentro deste quarto vivi tão pouco que ainda não o sinto como meu. A distancia da casa minha faz-se de um percurso tão longo que olhando para trás não consigo avistar a felicidade que todos os dias me enchia o lar.
Quando a dúvida de ser eu ou ser quem quero ser permanecer eu irei elouquecer. Não porque os loucos não sabem o que fazem mas sim porque fazem o que querem...sem pensar ou senti, apenas fazem! Não me perguntem como estou. Não me peçam para ter calma. Não me tentem ensinar a vida. Apenas me deixem assim: Aqui.
Não sigam as vozes brancas soltas que vos levam aos pesadelos de brancura em que os sorrisos são inventados e as tristezas são apagadas por uma borracha que não existe. Não deixem que as tristezas da alma vos levem a agir contra os vossos sonhos e as vossas metas.
Triste sina daqueles que dependem de outro para viver. Nunca serão felizes. Terão sempre uma peça em falta nesse puzzle que é a vida e quando pensarem que a encontraram, mais cedo ou mais tarde irão perceber que nem todas as peças se unem perfeitamente!
Só a saudade que resta do sentir das suas peles não chega para deitar a baixo a razão que teima em não aparecer. Neste jogo do toca e foge o primeiro a desistir é quem ganha. Imoral, triste, revoltado mas sensato, cuerente e decidido.
Triste sina a de quem tem de escolher entre magoar ou ser magoado...Triste sina!
segunda-feira, 9 de janeiro de 2012
Casta....
Não julgues a noite escura
pelo dizer da sua cor
que a noite escura não dorme
e mesmo que te traga dor
não julgues a noite escura
que ela não te tem rancor
Vive alheado do tempo
que o tempo não volta atrás
não percas no tempo o tempo
que no meio do contratempo
só farás o que és capaz
Porque a vida é uma conversa
que na noite escura se faz
diz antes o que não sentes
ela vai perceber que tu mentes
mas que isso a satizfaz
Vira a cabeça para aqui
olha ao redor nesta rua
se não é conversa p'ra ti
desliga o filtro de mentiras
e aceita esta verdade crua
Não finjas não poder olhar
que eu conheço essa maneira tua
de que és dono de coisa perdida,
que vives sozinho na rua
mas que és dono da tua vida.
Casta é a verdadeira razão
de palavras doentes de ser
coisas que o tempo trará
e que mesmo sem eu querer
o que tiver de ser, será!
Filipe Faria
pelo dizer da sua cor
que a noite escura não dorme
e mesmo que te traga dor
não julgues a noite escura
que ela não te tem rancor
Vive alheado do tempo
que o tempo não volta atrás
não percas no tempo o tempo
que no meio do contratempo
só farás o que és capaz
Porque a vida é uma conversa
que na noite escura se faz
diz antes o que não sentes
ela vai perceber que tu mentes
mas que isso a satizfaz
Vira a cabeça para aqui
olha ao redor nesta rua
se não é conversa p'ra ti
desliga o filtro de mentiras
e aceita esta verdade crua
Não finjas não poder olhar
que eu conheço essa maneira tua
de que és dono de coisa perdida,
que vives sozinho na rua
mas que és dono da tua vida.
Casta é a verdadeira razão
de palavras doentes de ser
coisas que o tempo trará
e que mesmo sem eu querer
o que tiver de ser, será!
Filipe Faria
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