O Fado da minha vida...

São músicas e letras dentro delas. A verdade do coração que vive de água salgada, o tempo que se faz sentir no vento, no vento assuado nas velas dum barco perdido na vida...Gente que ousa aprender, viver sem medo do que vem, do que foi...Com a força, a garra depois das lágrimas, o vencer do ego assombrado...São loucas as vontades de um homem que rejeita o soar de uma voz sozinha, despida de sentimento... São ténues os olhares de alguém que confessa o medo de caminhar e pára...Esqueço-me do que serei, vivo o que fui agora, em cada palavra deixo um desejo, em cada olhar deixo uma palavra e em cada passo deixo o medo para trás...Já se faz ouvir o chorar da chuva, o cantar de uma guitarra rasa de vontades cheia...E porque o sempre nunca acontece, nunca chega para sempre esta biológica sensação de estar a perder o rumo á maré...Acontece...por entre o entrelaçar dos dedos magnos de razão, um poema cantado pela almas...Escutai, poetas do meu país! Bem dita esta loucura de cantar e de sofrer o Fado da minha vida.

"..e se vocês não estivessem a meu lado, então não havia Fado nem Fadistas como eu sou!"
Aos meus melhores exemplos.
Obrigado Mãe. Obrigado Pai.

Isolado do mundo...

Ausente...Sinto-me completamente ausente da realidade que não me rodeia porque estou longe dela, condição quase biológica...A agonia do dever não cumprido é bem vicada...nem o céu negro me trás a força para não largar os apontamentos. Só eu e uma garrafa de água que espera por mim nesta noite de Metabolismos absurdos e quase resignados...Curiosamente, mais uma vez, o estudo da bioquímica acaba escrevendo para o infinito interpessoal...Possivelmente tem alguma explicação lógica, esta conincidência...Mas a esta hora a quem é que apetece uma lógica do que quer que seja? Mas eu não acredito em coincidencias!

Áh minha cidade.. Tão longe me ficas-te hoje... nem as lágrimas companheiras me levaram de volta até ti..Injustiça irónica, lutar pelo melhor longe dos melhores, querer mais e mais longe dos que nos são mais, viver sorrindo longe dos que nos fazem sorrir. Se fosse mais fácil, sim, se fosse mais fácil chegar-te a mão, tocar-te...Mas que diferença faz a lamúria? Nem as palavras, que não se ouvem, te chegam..ou talvez cheguem mas tu nao as ouves...Repara! Eu gosto de ti! Eu gosto mesmo de ti! Gosto da forma como acolhes os meus, como os tratas, como os fazes sentir bem, como os amas!

E a vida tem de acontecer aqui, longe do meu mundo, ouvindo aquela canção que hoje vivi..."Saindo do Alentejo, olhei para trás chorando...Alentejo da minha alma, tão longe me vais ficando!"