Corre um tempo vil e degradante. Descobre um querer redundante de tirar o fólego e aspira-se a cada instante uma quebra adjacente à racionalidade que há muito que ficou para trás.
Não tenho nada. Não quero nada. Não posso ver toda esta ambição a passar me à frente dos olhos sem fazer nada. Quero. As regras assemelham-se a fios electrificados e, tal como eles, não podem ser tocadas mas podem ser ultrapassadas. Não resisto a mim próprio, não resisto a conhecer-me, não resisto a ter-me, não resisto em não pensar no que faço mas sim em pensar em mim.
Viajo de ponto para ponto. De ponto e virgula para ponto final que tarda em chegar. Barcos, carros, aviões...não sei como vou, não sei para onde vou só sei que não vou por ai.
Podem me prender por querer. Podem me julgar por ser assim. Não me podem condenar por me sentir como sinto. Eu sou tudo o que tenho. Não quero nada mais do que tenho mas nem eu sei tudo o que tenho.
Voltas e voltas e como em todas as voltas o principio torna-se num fim exactamente no mesmo sitio. A vida é isto. Ser eu é assim. Não posso fugir do que sou. Eu quero tudo isto!
Escrever...escrever...escrever...se fosse tão fácil fazer!